Atos dos Opostos

Peão burro é peão frustrado

O mal de alguns peões modernos... ser burro e iludido

João nasceu a três décadas e meia atrás. Não foi muito feliz em sua infância e um dos culpados por sua infelicidade eram seus pais. Na infância, ele via pela tv coisas que lhe enchiam os olhos e que desejava com muita vontade, mas seu pai, maléfico como era, sempre lhe negava por puro prazer em ver Joãozinho sofrer. Sua mãe até tentava remediar, mas sem efeito.
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Quando começou a trabalhar em um curtume aos 17, percebeu que apesar da boa vontade do encarregado, a culpa por ele não subir na carreira de operador de recravadeira (máquina de fechar couro em dobras para exportação) era de seus colegas que não colocavam o couro na posição correta na linha antecessora.

Anos depois, ainda trabalhando na mesma fábrica, como recravador de recravadeira, João casou.

Enfim minha felicidade chegou!
pensou ele.

Ledo engano. Logo a mulher começou a reclamar. (e mulher quando começa a reclamar é por que a coisa está feia)

Dois anos depois a mulher o deixou. Foi questão de tempo até que João levasse um pé na bunda do emprego no curtume, sem ter seu reconhecimento tão merecido. Saíra do curtume com o registro de sua profissão estampado em sua carteira profissional: auxiliar de serviços gerais.

Mas João não se entregou ao mal que lhe fizeram.

E então... durante um certo período João esteve entre seguro desemprego e biscates aqui ou ali até que um dia ele conseguiu pegar um serviço numa empreiteira que terceirizava mão de obra em empresas.

Certa madrugada ele, ao chegar ao serviço, alguém lhe entregou um panfleto. Ele pegou por que estava acostumado a pegar o que lhe mandavam..

Depois que ele viu que o papel não era da empresa e sim de um sindicato, jogou fora e disse:

Cadê meu aumento de salário? Vocês não fazem nada!
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Vide Manual do puxa-saco

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