Atos dos Opostos

O homem das cavernas contemporâneo

Li que os homens têm um jeito diferente do das mulheres de sentirem ciúmes. Na Idade das Cavernas, os homens nos arrastavam pelos cabelos, nos levavam para o seu casebre ( que devia ser um horror) e pronto! Acho que depois ficavam à porta da caverna para impedir que alguém entrasse e principalmente que a mulher saísse. E a mulher querer sair era uma grande probabilidade, por que que mulher gosta de ganhar galos na cabeça?

Quando tinha que sair para caçar, devia pôr uma pedra impedindo a saída da caverna. Éramos prisioneiras. Logicamente, que se nos pegassem olhando para fora da caverna, logo deveria passar pela cabeça que estávamos querendo arranjar um jeito de fugir. Então, essa desconfiança de que dificilmente uma mulher gostaria de estar com um homem data de muitos milênios.

homo sapiens, australopitecus, homem da caverna, brucutu


Agora fico pensando, como o homem é burro. Ele nos levava para uma caverna, um abrigo da chuva, do sol e do frio, sem falar da proteção de animais selvagens. Ele procurava comida para nós dois (pressuponho), e talvez nos desse algum prazer (tenho lá minhas dúvidas a esse respeito). Por que haveríamos de querer sair da caverna? Por que haveríamos de preferir as intempéries do tempo, as ameaças das feras do campo e a solidão?

Somente uma coisa, parece lógico, nos faria desejar ficar longe desse homem, os constantes galos na cabeça. Ele ficava a imaginar que houvesse algo lá fora que nos chamasse mais a atenção. (Não sei de onde eles tiram que esse algo é um homem com um taco maior. Um taco maior seria uma dor maior na cabeça). E até hoje é assim, olhamos ao redor, pronto, ele está logo pensando que estamos procurando um taco maior.

Agora deliremos acreditando que houvesse um homem da caverna que depois de nos levar para casa, tratasse o nosso ferimento na cabeça e que nos olhasse como se dissesse eu quero, mas só se você deixar… Sou mulher e sei que esse tipo de olhar faz a gente abrir… a alma, se é que você me entende. Que medo nós teríamos? Que o nosso homem das cavernas, em suas caçadas, achasse outra mulher que pudesse derrubar com o seu taco. E tendo essa outra, que lhe passasse pela cabeça, nos expulsar da caverna. Que de repente eles não nos desse mais abrigo, não nos alimentasse mais, não quisesse mais nos dar prazer. Perder o seu olhar do tipo, só faço o que você quiser.

O homem acha uma mulher é quer se apropriar dela, controlá-la, aprisioná-la, mostrar que manda, e morre de medo de outro homem com um taco maior. Que burro! que mulher vai gostar de ser objeto, controlada, prisioneira e escrava?

A mulher encontrada (falando dos tempos das cavernas, que hoje não estamos nessa de ser encontradas) por um homem que cuide, que compreenda, que faça ela se sentir segura, jamais vai querer sair da caverna. O problema é esse: nós não cremos que um homem bom, não seja reconhecido por outras mulheres. E sabemos que mesmo os homens bons carregam um taco e não tem medo de usá-lo.

Moral da história: Os homens sentem ciúmes das mulheres com medo de elas acharem um homem de taco maior. E as mulheres têm medo de os homens usarem seus tacos para conseguirem outras mulheres e dar a segurança que dão para elas a outras.

Eu não quero um taco maior, quando olho para fora da caverna, não estou procurando outro homem, estou procurando não ser aprisionada. Se você for um homem de olhar cuidadoso, vou querer a caverna só para nós. Somente para eu e você e jamais vou querer sair dela.

Esse texto é uma contribuição de uma mulher que não sai de minha cabeça.

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