Atos dos Opostos

O caos no transporte, Alexandre Garcia e as luvas impecavelmente brancas

alexandre garcia, caos, transporte, luvas brancasCada um tem seu costume ao alvorecer. Enquanto alguns preferem tomar um café, outros preferem um exercício físico e por aí adiante... Conheço uma pessoa cujo costume matinal é apreciar os comentários de especialistas da Globo, esperando com isso absorver um pouco do vasto conhecimento cultural destas ilustres personalidades.
No dia 16 de abril durante o programa Bom Dia Brasil, Alexandre Garcia nos brindou com um comentário eloquente e muito conciso a respeito da violência durante a crise que o transporte ferroviário do Rio de Janeiro enfrenta atualmente. Parte desta crise é resultado de um desacerto entre a concessionária SuperVia e os trabalhadores, os quais entraram em greve na segunda feira passada.

A situação passou a ter repercussão depois que foram ao ar cenas filmadas na estação de Madureira que mostram os agentes, contratados para orientar o embarque, agredindo, diante de um PM, com socos e chicotadas os passageiros que estavam na plataforma, na direção da entrada do vagão, ou emperrando o fechamento da porta do trem.

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Em seu comentário, Alexandre nos ensina que por exemplo no metrô de Tóquio, que é o mais eficiente do mundo, há os empurradores, que são agentes do metrô, usando luvas impecavelmente brancas, que empurram os passageiros nas horas de lotação máxima, para que as portas possam ser fechadas, já que o passageiro sozinho não consegue apertar mais a massa.

Como, se só isso não fosse suficiente para nossa elevação cultural, também nos foi revelado que na Nigéria, agentes de polícia usam pequenas varas para dirigir multidões. Na linguagem yoruba, eles são chamados de olopa, que significa “aquele que empunha o porrete”.(minha cabeça não aguenta tanta cultura de uma só vez)

Por fim ele faz referência ao boiadeiro que tange o gado sem bater nos animais, basta o som que emite, como o dos apitos que os agentes da Supervia portam, mas usam como chicotes. Nem gado é tratado assim apenas as sardinhas. Não podemos ser prisioneiros do trem; nem da cultura da violência.

Alexandre Garcia em seu breve e elucidativo comentário nos deixa um questionamento para que reflitamos a respeito das coisas da vida:

Está na hora de identificar as raízes da violência, que leva também a depredar trens, cinemas ou escolas. Saber o que alimenta os cérebros, que depois comandam mãos e pés para agredir e destruir.

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Nós do Balastraca Corporation & Associeteds, somos a favor do fim de qualquer manifestação de violência, seja ela de onde for. Com relação à esta em particular, propomos exigir da companhia SuperVia o fornecimento de luvas impecavelmente brancas (ou pequenas varas) para que os agentes possam nos empurrar, uma vez que não temos capacidade sozinhos de nos tornar uno com a massa.

Por outro lado, nós usuários de transporte público, precisamos nos adestrar e tomarmos consciência de que transporte público de massas, sem massas deixa de ser transporte público. Perde sua razão de existir. E não queremos isso, ou queremos?

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Os empurradore de Tókio são chamados de Oshiyas. Veja o vídeo.

Comentários

  1. O Alexandre Garcia e a Miriam Leitão devem estar concorrendo entre sí num concurso muito estranho...

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  2. muito bom seu blog

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