Atos dos Opostos

Voto obrigatório ou facultativo - o que você prefere?

A questão do voto obrigatório ou facultativo tem, a priori, ressaltado divergências circunstanciais oriundas de análises pragmáticas realizadas em acarpetadas salas refrigeradas pelos ares condicionados pagos com o dinheiro público, por pessoas dotadas de raciocínio ímpar e dotadas de ilibado poder de liderança, as quais, em sua maioria nunca pegaram numa enxada para capinar ao sol do meio dia um pedaço de terra tomada por ervas daninhas. Destarte, acabam por justificar uma obrigação em nome de seu inverso, a liberdade.

voto, obrigatório, facultativo, corrupção
Segundo ouvi de uns avôs de uns conhecidos meus, a obrigatoriedade do voto foi instituída em 1932 e virou parte da constituição em 1934. De acordo com essas opiniões bem particulares, reinava entre a mente dos políticos da época, uma sensação de que se o voto fosse facultativo, só os parentes desses políticos, alguns achegados e/ou pessoas com interesses que extrapolava a essência do ato de votar, votariam. Ou seja, uma minoria iria depositar seu voto nesse ou naquele candidato. Isso soaria mal ao olhos internacionais. Como então, alguns políticos brasileiros iriam se gabar em reuniões internacionais, seja lá onde estas ocorressem, tendo sido eleitos com cerca de 5% dos votos? 

Alguns defensores da idéia de obrigar a votar, buscaram argumentos em diversas áreas do conhecimento humano como forma de convencer a população de que a obrigatoriedade do voto faria bem à um país que gostasse de ser considerado uma democracia. Segundo essa teoria, o Brasil evoluiria, as pessoas escolheriam seus melhores representantes e no final, Chapeuzinho Vermelho não seria devorada pelo lobo mau. Segundo entendidos no assunto, na época que em o voto era facultativo os currais eleitorais se proliferaram como uma praga. 

Tal fato é contestado pelos de opinião contrária. Gráficos em formato de pizza, demonstram que após a obrigatoriedade do voto, os currais eleitorais se transformaram em vastas campinas cercadas por cerca elétrica, onde pessoas simples e profundas conhecedoras do fazendeiro e/ou empresário, e/ou carismático candidato, são coagidas de diversas formas ou até mesmo compradas para elegê-lo como o homem do ano daquela região.

Em contrapartida, deixar que apenas os que desejem votar votem, é considerado como uma tentativa da mentalidade que dominava anteriormente em reconquistar seus privilégios feudais. Estatísticas e estudos encomendados frisam que é preciso que cada indivíduo tenha a concepção de seus direitos civis, políticos e sociais e que com isso, colabore obrigatoriamente votando, com um projeto de criação de melhorias que a principio devem ser estendidas a todos, mas que na maioria das vezes, não se concretiza.

Depois dessa explanação concisa, enigmática e não tão esclarecedora quanto deveria, resta-nos eleitores votantes em alguma coisa diferente de branco ou nulo, contentar-nos com a certeza de que caso o candidato escolhido, por nossa obrigatoriedade de exercer nosso direito cívico, pisar na bola, nós individualmente poderemos tirá-lo na próxima eleição. Então!! Sorria!! Sinta o poder fluindo de suas mãos (segundo intelectuais e formadores de opinião).

Basicamente, a contrariedade das opiniões vem do entendimento de qual deve ser o papel do eleitor no contexto. Os que defendem o voto facultativo entendem que votar é um direito, não um dever. Sendo um direito, apenas os interessados participariam. Quem não tivesse interesse acabaria por vontade própria, ficando de fora desse processo democrático. Por outro lado, os defensores do voto obrigatório acreditam que votar é um dever cívico e portanto deve ser obrigatório a todos, interessados ou não.

Enquanto isso, acaso, após votar naquele sujeito obrigatoriamente ou não, você venha a descobrir que ele era uma farsa, e que apesar de vários processos nas costas, ele continua lá - firme e forte - e que ao final, quando a coisa apertar, ele pode desistir do mandato para poder concorrer novamente nas próximas eleições, não se desespere. Saiba que você deu uma oportunidade e tanto a ele. Contribuiu para que ele ganhasse poder, muito dinheiro e que se a vida em sua cidade não melhorou muito, na próxima eleição as esperanças se renovarão, e assim será até o fim dos séculos, ou não.
imagem: kung fu hustle
Ah.. sim... verdade... desculpe... acabei esquecendo... quanto à pergunta do título... Mas... Que importa,  afinal, se você prefere ou não que o voto seja obrigatório ou facultativo... afinal quem você pensa que é? deixe que seus representantes decidam o que é melhor para ti. Nada como ter alguem alguém intelectual o suficiente para nos dizer o que é melhor para nós... é mais simples e mais comodo!

Comentários

  1. na urna eletronica tiraram a opçao ANULAR, TECLE EM UM MNUMERO INEXISTENTE, 0000 P.E., O DEPOIS, CONFIRMA!

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  2. EM MEIO NESTA CENSURA TODA, EU AINDA PREFIRO ASSISTIR PÂNICO NA TV(BJS JUJU!), ZORRA TOTAL,A PRAÇA E NOSSA TOM CAVALCANTE, JO SOARES, TODOS OS
    TELEJORNAIS, OS GRANDES CARTUNISTAS EXISTENTES EM NOSSO RICO PAÍS, E ME DESCULPEM PELO LAPSO DE MEMORIA PELA EXCLUSAO DE OUTRAS PESSOAS DE IGUAL OU MAIOR IMPORTÂNCIA (SOMOS TODOS IGUAIS!!!) COMO DIZ A LUCIANA GIMENEZ: FICO CHOCADO COM TUDO ISTO. SER OBRIGADO A ENGOLIR ESSE FEL, MACHUCA!!! APOS A VIRGULA, CONFIRME!

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